Hoje me dei conta de um fato sobre mim: não sei ouvir um elogio sobre mim mesma sem ruborizar, ou no mínimo, ficar toda-toda. Me incomodou perceber isso. Será que não acredito nas minhas qualidades, potencialidades e verdades? Será que sou tão incrivelmente insegura dessa maneira? Pior: nem foi elogio NA CARA, foi pela WEB mesmo. Nem foi um cara, foi uma menina. EU FIQUEI VERMELHA COMO UM PIMENTÃO LENDO UM POST NO ORKUT!
Tive que me policiar para não re-postar um "ai, páaaara".
Não é falta de costume em receber elogios, recebi que chega dos pais, da família, dos garotos, das amigas, de professores, de alunas do artesanato. De estranhos, de próximos. Mas nunca me senti confortável com eles.
Cheguei a pensar que poderia ser um truque do inconsciente, demonstrar falta modéstia para conquistar mais apreço. Mas bah, sozinha, na frente do laptop, lendo um elogio e ruborizando? Tem coisa aí.
Eu sou uma elogiadora comedida também. Não costumo elogiar, a menos que seja algo impressionante, fora de série e genial. Claro que a (boa?) educação exige que se diga uns "que lindo", "que bonitinho" pra nenês com cara de joelho, amigas com cortes incríveis de cabelo, calças saruel recém-compradas pela amiga vítima da moda, Crocs (qualquer cor), homens absurdamente musculosos e outras pequenas leves mentiras que conviver em sociedade exigem.
Antes que alguém pense que eu quero confete, eu me considero merecedora de vários elogios, sim. Mas não sei como lidar com eles. Onde guardar? Como cultivá-los? Desembrulhamos assim que recebemos? Rebatemos como no tênis? Nos menosprezamos para tentar aumentá-los? Caímos no choro? Ficamos vermelhos? Agradecemos com uma reverência?
Essa é uma neura a ser resolvida.