quarta-feira, 7 de abril de 2010

Terapia Sexual Autônoma parte 1 - Série Neuras

Ter neuras é tudibão!! Rendeu um post para o Madame!
Hoje me dei conta de um fato sobre mim: não sei ouvir um elogio sobre mim mesma sem ruborizar, ou no mínimo, ficar toda-toda. Me incomodou perceber isso. Será que não acredito nas minhas qualidades, potencialidades e verdades? Será que sou tão incrivelmente insegura dessa maneira? Pior: nem foi elogio NA CARA, foi pela WEB mesmo. Nem foi um cara, foi uma menina. EU FIQUEI VERMELHA COMO UM PIMENTÃO LENDO UM POST NO ORKUT!
Tive que me policiar para não re-postar um "ai, páaaara".
Não é falta de costume em receber elogios, recebi que chega dos pais, da família, dos garotos, das amigas, de professores, de alunas do artesanato. De estranhos, de próximos. Mas nunca me senti confortável com eles.
Cheguei a pensar que poderia ser um truque do inconsciente, demonstrar falta modéstia para conquistar mais apreço. Mas bah, sozinha, na frente do laptop, lendo um elogio e ruborizando? Tem coisa aí.
Eu sou uma elogiadora comedida também. Não costumo elogiar, a menos que seja algo impressionante, fora de série e genial. Claro que a (boa?) educação exige que se diga uns "que lindo", "que bonitinho" pra nenês com cara de joelho, amigas com cortes incríveis de cabelo, calças saruel recém-compradas pela amiga vítima da moda, Crocs (qualquer cor), homens absurdamente musculosos e outras pequenas leves mentiras que conviver em sociedade exigem.
Antes que alguém pense que eu quero confete, eu me considero merecedora de vários elogios, sim. Mas não sei como lidar com eles. Onde guardar? Como cultivá-los? Desembrulhamos assim que recebemos? Rebatemos como no tênis? Nos menosprezamos para tentar aumentá-los? Caímos no choro? Ficamos vermelhos? Agradecemos com uma reverência?
Essa é uma neura a ser resolvida.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tirando as teias, poeiras e lascas

Não é que sexo, amor, drogas e DVD's tenham deixado de ter graça. Não é que tenha faltado tempo, idéias ou textos rabiscados na última página do caderno. Foi pura preguiça. Preguiça de avaliar emoções, de comentar as novidades sentimentais, de discorrer sobre o sexo, a falta dele ou as possibilidades infinitas. Mea culpa. Agora vamos ao post inaugural de 2010.

Estou tendo contato com pessoas significativamente diferentes de mim. Com outros valores, com outras tendências. Choquei: jovenzinhos que acreditam no amor puro, único e eterno. Cadê a turma do beijar-20-na-mesma-noite, do sexo sem compromisso, da pílula do dia seguinte? Era moda? O desbunde já ficou coisa de "velhos". Anos 60 e libertação sexual pra quê? Acho que cansaram de toda a putaria e foram ser adolescentes rebeldes contra o sistema. Nunca fui extremos, nem santinha, nem abilolada, mas me agrada muito não ter tido minha adolescência durante os anos 70, pois hoje todo aquele ácido e amor livre que com certeza eu teria experimentado, já cobraria seu quinhão.
Clichê dizer que os filhos se rebelam contra os valores dos pais. Mas logo o sexo? O tadinho do sexo? Ficou pouco tempo correndo livre, leve e solto. Já voltou pra cela das coisas feias, amorais e ultrapassadas.
Explico: tudo o que faz pouco deixou de ser tabu (masturbação, sexo oral, sexo anal, diferentes posições sexuais, homoerotismo) voltou a ser tabu novamente.
Ouvi não de um, mas de várias pessoinhas, na mesa do bar, que quem faz sexo anal com a sua mulher está denegrindo o amor. Que sexo oral é, vejam, só, praticamente decretar o fim do romance. Tentei argumentar que quando se sente seguro numa relação, a gente se permite ousar. Mas calei a boca com um gole de cerveja Polar e engoli todo o discurso pró-sexo-livre-seguro-e-felizinho. Das antigas.
Refleti, pensando: só pode ser reflexo do HIV e etcs. Mas nops, nops, nops! Essa turminha não usa camisinha, pois o amor é pra sempre, único e correto. TENSO!

Turma dos 30 e quase 30, nós somos os últimos safadinhos do planeta. Marcamos uma suruba?