sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Tantra

Saber a hora de parar é uma arte. Adicta! Falta pouco para perder o controle. Não seria nada mal, porém, o que viria a seguir? Sexo não é uma atividade generosa. Egoísmo autêntico, viciante, impossível. Diminuir o ritmo. Quase parar. A cadência da pélvis cessando. Apena a pulsação. Sinto, pulsa, dói, arde. Quase imóvel. Insuportável. Imploro mentalmente. Não por você, afinal, sexo é essencialmente egoísta. Tento saber o quanto posso aguentar apenas sentindo o seu coração bater dentro de mim. Tântrico. Respiro a sua respiração, você sorve o meu suor, o meu ar. Unidos pelo ritmo desencontrado de duas pulsações dissonantes. Aflição, calor, tesão. Vai, não consigo ficar sem, por favor!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Bad Reputation


Posso saber o por quê da surpresa? Não me recordo de ter me apresentado com nenhum rótulo previsível para o mundo. Não tenho nenhuma responsabilidade se você criou expectativas sobre mim. Sou fiel, sou amorosa, sou prendada, sou inteligente. Vivo numa boa com as minhas experiências e não tenho nenhum problema em dizer que algumas convenções não se aplicam ao meu mundo particular. Aham, e funciona que é uma maravilha! Ao meu lado existe um homem MARAVILHOSO, com todas as maravilhas das imperfeições dele. Amo cada uma delas. Jamais poderia dividir a vida, a cama e algumas vezes, a escova de dentes com alguém que fosse convencional também. Ah, aposto que você ficou ainda mais surpreso. Nunca pôde imaginar que fôssemos um casal além do óbvio. Problema seu. Nossa felicidade nem sempre é exibida, pois o voyerismo não é tão legal quanto se pensa. Tem muita gente que torce o nariz por enxergar que o outro está feliz. Então, mantemos a nossa felicidade aparente só aos que não se aborrecem com ela. Não falo em sorte, destino, unidunitê. Foi caso pensado. Se não nos entendêssemos, não estaríamos juntos. As coisas entre nós nem sempre são uníssonas, são até dissonantes. Mas são respeitosas. Sempre. E o que não precisou ser dito, foi percebido.
Somos um casal movido pelo desejo em aproveitar a vida juntos. Não só colher, mas passar por todo o processo de plantar e cuidar.
Não existe uma maneira certa para estar casado. Nem única. Nem melhor. Para este casal tão peculiar, existe a maneira que funciona: juntos, sempre, cada um com sua loucura.

Eu fico rindo com o espanto que algumas coisas em mim causam em algumas pessoas desavisadas. Acontece sempre.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cansei de não me surpreender

Eu esperava. Sabem, esperança mesmo. Fé. Até. Mas essas coisas estranhas de acreditar no potencial das criaturas humanas e me despedaçar em frustrações e melancolia, colocar a cabeça entre as mãos e pensar alto: que grande merda. Tá bem, eu sei que ando me exaurindo à toa, deve ser a privação de açúcar, a malhação ou a preguiça de começar a escrever uma resenha.
Eu esperava sim. Que as meninas fossem mais livres. Libertárias. Feministas, não femistas. Eu esperava sim, que a diversidade tivesse vez e voz dentro da geração Y. Eu havia crido.
Me pediram para calar a voz, não contar minha experiente vida de três décadas (Momento aham-senta-lá-Cláudia). Não dizer como o mundo é lindo, colorido, pulsante e vivo, justamente por ser tão diverso. Posso ganhar olhares atravessados, cochichos e impropérios. Não posso é compactuar com a indiferença. Eu sempre vou dizer em voz alta: tire o tapa-olhos e os tampões de ouvido e a rolha do cérebro. Abra-se para a realidade.
Geração Y, minha própria casa, meus iguais-desiguais. Libertos da ditadura no Brasil, todos com seus I-pods, seus ficares, seus morar junto. Com a adolescência prolongada, com mais tempo para as descobertas, para as cagadas e para o sorrir. Não cabe no programa, não entendo.
Eu não perdi a fé. Quase. Tenho medo da fruta estragada contaminar a boa colheita.
Do que tem medo, a Geração Y-homofóbica-racista-machista-proselitista? Eu vejo, eu presencio. Eu não me calo, eu sofro. É muita hipocrisia instalada em cabeças tão jovens. São muitas experiências acumuladas, herdadas, implantadas, artificiais. Máscaras. Horrendas máscaras. Preconceitos. Tão idiotas como não gostar de morangos sem nunca ter colocado um morango na boca.
Quase esqueci de quão maravilhosas são as pessoas coloridas, vivas, pulsantes, estimulantes, inteligentes e críticas que vivem no mesmo mundo que eu: o mundo imperfeito. Cansei dos incompreensíveis.


domingo, 14 de agosto de 2011

Cagando e andando

Ser criticada não é das piores coisas na vida. O ego dá uma sentida, mas não sou tão pedante a ponto de não saber por antemão todo o rosário de defeitos que tenho. Aquilo que é verdade, caramba, é verdade e não vou mentir pra mim mesma. Posso até mentir para você, dane-se o que pensa sobre mim. Eu já sabia de tudo isso que você me falou. Sei que sou muito crítica, muito dura, áspera, que uso as palavras como pequenas lanças que cravam fundo. Sou assim comigo mesma, não é novidade. Não faço questão de mudar minha imagem para algo que lhe agrade. Se o que você percebe em mim é algo desagradável, vire o rosto então. O que eu vejo nos outros, tantas vezes, eu preferi não ter visto. Todos temos nossos defeitos, nossas arestas, as famosas "coisas". Meus valores são estes expostos em meu modo de viver: acredito na gentileza, na educação, no bem viver, no simancol, na camisinha, no sexo sem amor, no fortalecimento do músculo do assoalho pélvico e no copo de água na manhã seguinte à bebedeira. Não vou me violentar para ser mais aprazível para ninguém. Já passei há muito da fase de precisar ser aceita para me sentir incluída.
Críticas são constatações, quando verdades. Ou balelas, quando mentiras.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Construindo o caos

É com TESÃO que comemoro esse agosto. Tesão de existir, o próprio. Voltando às origens, me tornando cada vez mais o "eu" que quero ser. Retomando a faculdade, mudando minha ordem e exatidão para o caos e o sonho. Outra tatuagem em andamento, novas amizades surgindo e um desapego MASTER tomando conta de mim. O "foda-se" outra vez acionado. Engraçado, aquelas outras partes de mim, perdidas pelo mundo, parecem ter ouvido "o chamado" da minha restituição. Vozes antes caladas ou distantes, chegaram novamente aos meus ouvidos. Chego a me arrepiar com a sintonia que existe entre eu e meus eus. Queridos participantes da complexidade que sou, é com a respiração entrecortada e a fronte suada que anuncio: estou lá. AQUI! Gozemos juntos!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Acolher, escolher, abandonar, mudar... viver

Não me impressiona mudar de idéia. Não me aborrece mudar de planos. Não tenho medo de abraçar causas novas, de abandonar idéias gastas e viver novas situações. Tampouco desisto fácil ou me nego a seguir rotinas. Eu vivo o que me acontece. Sonho também, é claro. Mas consigo não sofrer, ou melhor, não cultivar o sofrimento por algo que tenho que transformar dentro de mim.
Depois de um ritmo intensivo de dedicação ao meu novo trabalho, é hora de mudar de ares, de cidade, de rotina. Retomar antigas paixões, antigos hábitos. Reconviver com pessoas queridas e sentir saudades de outras. Terei mais tempo para antigos hábitos, como estar on-line e produzir peças para mim. Terei oportunidade de desenvolver meu currículo de artesã, de fazer projetos sociais. De viajar, de estar com minha família.
Vai ser estranho desacelerar, mas já existe essa vontade dentro de mim. Como em todas as outras vezes, ja decidi internamente como vou viver essa nova fase. Não tem porque complicar, nem sofrer, nem deixar de curtir. O importante é sentir felicidade onde quer que estivermos JUNTOS!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Francino

Mesmo sendo sensível e menininha, descobri que eu tenho cabeça de homem. Tudo bem que é um homem beeeeem feminino, mas é homem.
Tudo aquilo que os homens da minha vida fazem e não me agrada, eu sei como corrigir e sei o que eu gostaria. Tudo o que eles fazem e é do meu agrado, eu também arquivei na memória. Justo, normal, todo mundo que sabe o que quer é assim (tem aqueles que não sabem porque estão vivos, esses não contam). Mas não é isso. Não é abstrato, é real.
Um "Francino" bem apessoado, gentil, não grudento, limpinho, inteligente e sério, com bom-humor e que goste de conversar. E que goste de sexo, claro, de rock e de cozinhar. Eu na versão com vírgula!
O que me assustou foi algo inédito, perdi o controle do meu ser-mulher e momentaneamente, me senti com um baita pintão. Me peguei com pensamentos que não são os meus. Não são meus, esse ser com seios e útero. Mas são meus, esse ser com pêlos nas axilas e no bigode (que eu depilo com cera, sempre!)
Não eram pensamentos machistas, nem violentos, nem sobre futebol (não faz parte do MEU mundo, ok?) Pensamentos que só poderiam ter vindo de um homem. Que susto. Que revelação!
Estava num monólogo comigo mesma, filosofando sozinha sobre o assunto que eu iria postar no blog (ficou pro próximo post), na frente da TV. Tinha encadeado as ideias, estava pensando em coisas para incrementar. Um post sobre novas neuras, sobre a minha dificuldade em ter amizade com meninas, lalalá, e tchum, apareceu uma mulher pelada na tela. Imediatamente o meu cérebro apagou, continuei falando alguma coisa, mas só ouvia blábláblá e não conseguia parar de olhar os peitos da bendita moça. Daí a razão voltou: - Só pode ser silicone!
Decepção em saber que até o Francino deixaria meu papo de lado por um par de peitos...